Com base na leitura dos seguintes textos
motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em norma culta escrita da língua portuguesa,
sobre o tema Crise na Síria e o drama
dos refugiados, apresentando proposta de intervenção social que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Síria é 'maior crise humana da nossa era', diz ONU
A guerra na Síria
já gerou mais de três milhões de refugiados e é a "maior crise humana da
nossa era", com quase metade da população forçada a deixar suas casas,
segundo a ONU.
Um em cada oito sírios deixou
o país, e outros 6,5 milhões foram deslocados dentro da Síria, disse a Agência
das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Metade dos atingidos são crianças.
Grande parte dos refugiados
foi para os países vizinhos, sendo que a maioria deles - mais de 1,1 milhão -
está no Líbano.
Famílias chegam a campos de
refugiados exaustas e com medo, disse a ONU. Algumas pessoas contam histórias
de terem passado mais de um ano se mudando entre vilarejos dentro da Síria.
Texto
II
Onde estão os refugiados sírios?
§
1.175.504 no Líbano
§
832.508 na Turquia
§
613.252 na Jordânia
§
215.369 no Iraque
§
139.090 no Egito
§
23.367 no Norte da África
§
6,5 milhões estão desalojados dentro da Síria
Texto
III
O que houve com o Mediterrâneo? Guerra na Síria, Crise na
Grécia e Mortes no Mar!
Houve um momento na história
que a cultura mediterrânea era a mais forte no Oriente Médio. Um momento quando
Beirute, Smyrna, Alexandria e outras cidades nesta parte do mundo estavam
interligadas com Genova, Veneza, Marselha. Um momento quando mesmo o interior,
com Aleppo, Cairo e Damasco, também era dedicado ao comércio. A diferença é que
o mar era o deserto e as caravanas os navios.
Esta ligação do comércio
mediterrâneo com o comércio do oriente tornou estas cidades as mais
cosmopolitas de suas épocas. Cidades onde viviam judeus, armênios, gregos,
genoveses, turcos e árabes. Claro, não era perfeito. Mas, se comparado ao resto
do mundo, incluindo a Europa do Norte, na época, era um oásis de liberdade e
tolerância.
As pessoas se
comunicavam pela língua franca, ou sabir, que misturava um pouco de todos os
idiomas do Mediterrâneo. Havia algo do português, do ladino, do espanhol, do
francês, do grego, do turco e do árabe. Era uma língua falada apenas. Não
deixou herança escrita. E desapareceu assim como praticamente desapareceu
grande parte daquela cultura do Mediterrâneo.
Mesmo antes desta época
do Mediterrâneo cosmopolita, tivemos os fenícios, os gregos e os romanos. Nossa
cultura Ocidental e nossas religiões nasceram no Mediterrâneo. E boa parte da
cultura oriental também nasceu no Mediterrâneo. É Istambul ou Constantinopla. É
Roma. É Atenas. É a Terra Santa. É Cartago, hoje Tunísia. É Argel. É Tanger. É
Mônaco e Nice. É Nápoles. É Barcelona. É Valência. É Sidon e Haifa.
Sem dúvida, na
culinária, na música, nas artes e em muitas outras áreas o Mediterrâneo ainda
segue culturalmente forte. Mas deixou de ser importante politica e economicamente.
Hoje o Mediterrâneo tem crises econômicas no lado europeu, com a Grécia perto
de um colapso, com guerras no lado oriental, com a Síria destruída, e milhares
de refugiados de toda a África morrendo no mar. As duas cidades mais
cosmopolitas, que são Beirute e Tel Aviv, sequer possuem comércio entre si.
Um dia, quem sabe, o
Mediterrâneo oriental voltará a ser como no passado. Como escreveu uma
jornalista israelense do Haaretz que esteve no Líbano, não há cidade no planeta
que os israelenses gostariam mais do que Beirute. Se fossem, talvez não
quisessem ir embora nunca mais. http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/Acesso
em: 30 de setembro de 2015.